

Fernando Andrette
fernando@avmag.com.br
Uma mídia de áudio Inglesa, realizou recentemente um teste cego com profissionais de pro-audio, para eles escolherem o melhor fone sem fio entre seis opções.
Os fones utilizados foram: Sony WH1000-XM6, Soundcore Space One Pro, Apple AirPods Max, Bose QuietComfort Ultra, Nothing Headphone e o Bowers & Wilkins Px7 S3.
Os resultados dos jurados foram:
Sony: “Vocais menos presentes, detalhes em agudos, mas faltando impacto”.
Soundcore Space One Pro: “Energia, emoção e bom equilíbrio geral. O mais divertido de se ouvir”.
Apple AirPods Max: “Cancelamento de ruído externo impressionante, vocais nítidos, som suave e arredondado”.
Bose QuietComfort Ultra: “Graves exagerados, agudos excessivos, som centralizado e pouco excitante”.
Nothing Headphone: “Vocais bem-posicionados, claros e detalhados, mix equilibrada”.
Bowers & Wilkins Px7 S3: “Baixo fraco, falta de brilho, som relativamente flat e equilibrado”.
Conclusão: Soundcore Space One Pro, o melhor dos seis, e o Bowers & Wilkins Px7 S3, o último colocado.
O título da matéria: “Pedimos a profissionais de áudio que realizassem testes cegos com fones de ouvido. Os resultados foram surpreendentes.”
Metodologia: foi utilizada apenas uma música – Blinding Lights – do The Weekend, faixa tocado em MP3 320kbps pelo Spotify (deixo o link para a faixa pelo Tidal, que ao menos não é MP3, para quem quiser ouvir).
O realizador do teste cego não diz que equipamento foi utilizado para gerar o sinal, mas não duvido que com o tamanho amadorismo na escolha da faixa, reproduzida em MP3, a música tenha sido reproduzida em um celular.
Para entender minha indignação, amigo leitor, ouça por favor a faixa escolhida para a avaliação dos seis fones, e percebam o quanto é impossível tirar conclusões consistentes com uma única gravação, repleta de compressão, mal gravada, mal-arranjada, mal tocada e indecentemente mixada.
Como disse o nosso querido colaborador Christian Pruks: “É o mesmo que fazer um teste cego com duas marcas bem populares de pão de forma, com a pior margarina existente no mercado, e querer escolher o que é mais saboroso – não se sai de nenhum lugar, e não se chega a lugar algum”.
Esse teste, na minha opinião, é um desserviço ao mercado e principalmente aos leitores, que buscam informações que os levem a escolhas mais seguras dentro de seu orçamento e gosto pessoal.
Tenho que terminar este editorial afirmando: Surpreendente não foi o resultado do teste cego. Surpreendente foi se perder tempo com uma avaliação tão inócua e tratar isso como informativo e interessante.