Teste 4: TAPETE & CLAMP ABSOLUTE DA HEXMAT

Tarso Calixto
revista@avmag.com.br

A Hexmat, localizada na Hungria, cria desde 2019 acessórios para toca-discos para controlar vibrações, combinando materiais compostos e fabricação por corte a laser.

A empresa tem sido um divisor de águas na indústria de áudio, capturando a atenção de audiófilos e ouvintes casuais com sua abordagem inovadora para acessórios de toca-discos. Sua missão contínua é aprimorar a experiência de audição, abordando a questão frequentemente negligenciada do controle de vibrações.

Nesta análise, exploramos os detalhes da mais nova criação da Hexmat, o conjunto de isolador (tapete para o prato) e clamp Absolute, e examinamos como ele se compara aos modelos anteriores.

Minha dúvida é como começar este artigo: Seria o produto um conjunto Hexmat Eclipse & Molekula (testes nas edições 285 e 284) turbinado? Ou é apenas uma atualização que produz resultados marginalmente semelhantes?

DESIGN E IMPLEMENTAÇÃO

A herança de design e a linhagem estão claras: esta é uma criação da Hexmat. O produto, no entanto, é uma genuína nova proposta. Assim como seus predecessores, o Hexmat Absolute possui o formato hexagonal característico e é feito com uma versão revisada de seu material composto proprietário, e com diferenças perceptíveis: o tapete Absolute pesa 310 gramas em comparação aos 76 gramas do Eclipse, a espessura do prato é de 4,6 mm contra 2,7 mm, e o diâmetro das esferas é 50% maior. A segunda diferença é o clamp, considerado uma parte integral do acessório e não opcional, ele foi feito para ser usado em conjunto, no disco, durante a reprodução.

Apesar das novas dimensões, não há sobrecarga na rotação do motor: o método exclusivo de acoplamento usado com o isolador e o clamp proporciona uma velocidade estável e reprodução suave, sem afetar negativamente o toca-discos nem o sistema.

O estojo para transporte é feito com a característica, e bem conhecida, madeira cortada a laser, com o interior de espuma moldada, customizado para o clamp, para a ferramenta de alinhamento de VTA, e o tapete para o prato. O produto segue as linhas de design do Yellow Bird, Eclipse e Molekula, enquanto mantém sua aparência distinta.

TESTES E SESSÕES DE ESCUTA

E então? Como soa? O produto é apenas como o conjunto do Eclipse e o Molekula? Ou é melhor? E se é melhor, quanto melhor? Marginalmente ou substancialmente?

A impressão inicial foi marcante: o nível de ruído-de-fundo é extremamente baixo, proporcionando uma experiência de audição clara e única. Ao colocar a agulha no disco, minha impressão foi de que o volume estava abaixado e, então, um instante depois, me assustei quando a música começou a tocar. De fato, toda vez que eu colocava a agulha no disco, isso acontecia, pois o nível de ruído-de-fundo é impressionantemente baixo.

As sessões de escuta prosseguiram com meus álbuns favoritos habituais: Greensleeves do Shoji Yokouchi Trio, e Swing Sessions do Eiji Kitamura. Surpreendentemente, a música parecia saltar dos alto-falantes sem frontalidade, e com tal riqueza de detalhes e separação dos instrumentos, que pensei: “Não é possível, devo estar me condicionando a ouvir mais do que existe. Isso não é real.”

Experimentei álbuns de referência, como Water Falls da Sara K, Unplugged do Eric Clapton, e Bossa Nova do Quincy Jones.

Depois continuei ouvindo álbuns que não escutava há mais tempo, sem memória da gravação, como At Least for Now do Benjamin Clementine, Temptation da Holly Cole, Woman Child da Cécile McLorin Salvant, Going Back to Acoustic do Buddy Guy e Junior Wells, Conversations de Bélanger e Bisson, MM (Live) da Marisa Monte, Cheek to Cheek de Tony Bennett & Lady Gaga, The Raven da Rebecca Pidgeon, Truly da Lori Lieberman, Chicken Fat do Mel Brown, The Incredible Jazz Guitar of Wes Montgomery do Wes Montgomery, e Keep It Simple do Keb Mo.

Para evitar um viés de psico-acústica, subjetividade, e confirmar que minhas impressões permaneçam consistentes, as sessões de escuta foram realizadas em dias diferentes, em períodos distintos do dia e, até mesmo, sob diferentes condições climáticas.

Não importando o estilo musical do álbum, a procedência da prensagem e a edição, a reprodução continuamente foi apresentada com uma imensidão excepcional de detalhes: a separação de instrumentos, e de vozes, revelaram a intencionalidade e as nuances dos músicos, mesmo tempo, preservando o timbre e a precisão tonal. A dinâmica e transientes apresentados com clareza e deliberados, proporcionando uma experiência de audição analítica e muito agradável. Cada sessão foi mais impactante e imersiva, dando ao ouvinte a impressão de estar presente no evento musical. Verdadeiramente, uma experiência sensacional.

CONCLUSÃO

O conjunto Hexmat Absolute foi testado em dois sistemas distintos, o primeiro com um toca-discos Acoustic Signature Storm usando uma cápsula ZYX Ultimate Omega, e o segundo, um toca-discos Pro-Ject Evo Carbon com uma cápsula Ortofon 2M Blue. A qualidade sonora em cada sistema durante as sessões, superou as expectativas.

O isolador (tapete) com o clamp de discos Absolute da Hexmat, enriqueceu significativamente a experiência de audição, apresentando a música com uma transparência e fidelidade inesperadas. Este desempenho notável o torna um upgrade legítimo em relação ao combo Eclipse e Molekula, particularmente para aqueles que buscam um sistema resolutivo e analítico.

Veredito: Comprar? Ou não comprar? Fazer ou não fazer o upgrade?

Como mencionado anteriormente, se você busca um sistema resolutivo e analítico que revele detalhes de álbuns anteriormente despercebidos, então a resposta é um retumbante “sim!”: o Hexmat Absolute é um upgrade valoroso.

No entanto, antes de bater o martelo e prosseguir com o upgrade, teste o Absolute em uma sala de demonstração do seu revendedor preferido e, se possível, teste no seu próprio sistema. Se os resultados forem satisfatórios, prossiga com confiança. O upgrade do combo Eclipse/Molekula para o Absolute é, sem dúvida, uma tremenda melhoria.

Em um teste anterior, foi afirmado que “As sessões de escuta são melhores, a experiência é autêntica e realista: o Hexmat Eclipse melhora a fidelidade dos sistemas testados” – Muito bem, o Hexmat Absolute, então, eleva essa experiência auditiva a um nível inesperado de fidelidade.

À PRIMEIRA VISTA

Qualidade de Construção – O Hexmat Absolute é uma evolução em relação aos lançamentos anteriores. O produto demonstra maestria em gestão de materiais compostos e técnicas de usinagem.

Qualidade Sonora – Transparência inesperada, apresentando uma fidelidade musical extraordinária. Seu sistema torna-se aberto e a reprodução reveladora.

Custo-Benefício – Um investimento garantido por um preço justificado.

Resumindo – Quer ouvir os detalhes viscerais de seus álbuns? Então experimente o conjunto Hexmat Absolute. Este produto oferece uma clareza musical excepcional – pode comprar com confiança.

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PONTOS POSITIVOS

Estojo de madeira cortada a laser com um design evoluído digno da indústria aeroespacial.

PONTOS NEGATIVOS

O VTA do braço do toca-discos precisa ser ajustado para correta reprodução. A distância de deslocamento entre a posição elevada até a superfície do disco é menor, sendo necessário atenção ao colocar a agulha na faixa de início no disco.

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ESPECIFICAÇÕES

Compatibilidade com discos de 7”/ 10”/ 12”

Função anti-estática

Transferência total de torque

Diâmetro: 275 mm

Espessura total: 7 mm

Fabricado em polímero misto com coeficiente de amortecimento otimizado