Teste 1: PRÉ AMPLIFICADOR VITUS SL-103 SIGNATURE

Teste 2: CAIXAS ACÚSTICAS DYNAUDIO CONTOUR LEGACY
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Fernando Andrette
fernando@avmag.com.br

Muitos dos que leram o teste do power estéreo Vitus SS-103 Signature, publicado na edição 316, devem ter achado que eu havia esquecido a promessa de publicar o teste do pré de linha, o SL-103, que também veio junto para a avaliação.
Quem acompanha a revista há muitos anos, sabe de minha resistência em apresentar dois produtos superlativos na mesma avaliação, ainda que o fabricante os tenha feito para trabalharem em conjunto.

Não o faço, pois quando leio avaliações internacionais, sinto falta de ‘pormenores’ que para mim são relevantes. E geralmente a conclusão fala obviamente do conjunto, deixando pouco espaço para avaliações individuais, ou até mesmo com produtos semelhantes de marcas concorrentes.

Levanto essa questão, pois muitas vezes o audiófilo não está disposto a investir ao mesmo tempo em ambos, e a escolha poderia de alguma maneira ser mais consistente se os equipamentos também tivessem sido ouvidos separados.

Afinal, estamos falando de produtos caros e que qualquer audiófilo gostaria de ter o máximo de informações pertinentes à performance e compatibilidade do produto.

Preciosismo da minha parte? Pode até ser, mas como me coloco sempre do outro lado, o do consumidor, eu sempre me pauto por tomar decisões embasadas no maior número de informações disponíveis.

Como expliquei no teste do power da Vitus, a nota de ambos foi feita em conjunto, por questões de sinergia, mas também utilizamos nosso pré e power de Referência para saber o grau de compatibilidade com outros produtos similares em termos de preço e performance.

E já adianto que o pré de linha da Vitus se saiu impressionantemente bem com os nossos powers monoblocos Nagra HD.

O 103 Signature é derivado do aclamado SL-101, que já havia em 2010 recebido inovações do pré top de linha da Vitus, o MP-P201, como um maior número de regulação nas fontes de alimentação, e uma resolução mais alta da atenuação de volume.

O novo volume do SL-103 usa uma rede de resistores ainda mais sofisticada que o modelo anterior, para evitar estalos quando se aumenta ou diminui. A gradação é de 0.5dB por etapa, com o volume variando de -90dB a +18dB.

O pré permite 5 entradas, sendo 3 XLR e 2 RCA, e três saídas: 2 XLR e 1 RCA. Seu painel frontal, ultra limpo e minimalista, tem de cada lado do visor central apenas três botões de pressão. Os do lado esquerdo definem o seletor de entradas, menu e standby. Os do lado direito, volume e mute.

O fabricante disponibiliza 6 opções no total de cores do painel, sendo os três tipos padrão: branco, preto ou cinza. E três cores especiais: Titanium Orange, Dark Champagne e Titanium Grey.

Para o teste utilizamos os nossos cabos de referência: Dynamique Apex, e de força Transparent Reference G6. No digital o Transporte Nagra e TUBE DAC também da Nagra. E, no analógico: toca-discos Origin Live (clique aqui), com braço de 12 polegadas Enterprise (clique aqui) e cápsula ZYX Ultimate Astro G (clique aqui). Caixas acústicas: Estelon X Diamond Mk2, Audiovector Trapeze Reimagined, e Audiopax Mandolin Ceramik II (clique aqui).

Eu sugiro a todos os interessados que leiam o teste do power Vitus (clique aqui), pois em termos de assinatura sônica, obviamente são complementares. Na avaliação do power, escrevi sobre ter finalmente entendido a ‘obsessão’ do fabricante em buscar o maior silêncio de fundo possível, sem, no entanto, cair no frio ou analítico.

E o SL-103 Signature, conseguiu andar nessa ‘corda bamba’, sem passar do ponto. Seu equilíbrio tonal é extremamente correto, nada falta ou sobra.

E posso confirmar que essa observação se deu tanto com seu par natural, como quando ligado aos monoblocos HD da Nagra.

Seus graves são precisos, com excelente peso, energia e deslocamento de ar. Os médios são incisivos, com enorme precisão e inteligibilidade. E os agudos, de grande extensão, velocidade e corpo, com decaimento suave.

Ou seja, o equilíbrio tonal dos sonhos de qualquer audiófilo que tenha referência real de instrumentos ao vivo não amplificados.

Sua apresentação do espaço sonoro é uma referência, pelo grau de precisão 3D, em termos de altura, largura e profundidade. São planos e mais planos, apresentados com foco e recortes cirúrgicos à nossa frente.

O seu cérebro simplesmente irá se divertir com tamanha regalia sonora!

As texturas são admiráveis, não tanto em termos de paleta de cores, mas em questão de intencionalidade. Seu grau de transparência (devido ao seu silêncio de fundo), possibilita esse nível na apresentação das intencionalidades: impactantes e reveladoras.

Sabe aquelas passagens complexas, em que muitos sistemas ‘engasgam’ ao nos mostrar? O SL-103 Signature as desvenda de maneira explícita e esclarecedora!

Me lembro que uma das principais virtudes da eletrônica Vitus que ouvi há mais de uma década, foi um solo de piano intrincado, e naquele power a alteração de tempo ficou evidente.

Nesse quesito, a Vitus sempre foi referência – e continua sendo.

Ouvi dois solos de bateria no conjunto pré e power, que me convenceram da qualidade na reprodução de transientes dos Vitus.

A microdinâmica, quando liguei o SL-103 Signature nos Nagra HD e nas caixas Estelon, foi simplesmente fantástica! A autoridade, folga e precisão, só havia escutado neste nível quando ouvi o pré e monoblocos Nagra HD juntos!

E a microdinâmica, meu amigo, é tão reveladora que não necessitamos de fazer nenhum esforço de concentração para ouvir nuances e mais nuances.

O corpo harmônico é referencial e muito prazeroso. Ouvi seis gravações tecnicamente distintas, de piano solo, tão convincentes que acabei por ouvir os seis discos na íntegra. Colocar um Grand Piano à nossa frente quase no tamanho real, é um feito para poucos prés de linha superlativos, meu amigo.


Com esse grau de apresentação dos seis quesitos da nossa Metodologia, materializar o acontecimento musical (organicidade) é uma consequência natural. Pois se seu sonho é trazer o acontecimento musical à sua presença em todas as audições, o SL-103 Signature é um dos mais evidentes candidatos a este feito!

CONCLUSÃO

Já escrevi reiteradamente nos 29 anos da revista, que o produto que menos upgrades fiz na vida foi de pré de linha. Já expliquei as razões para ser tão cuidadoso e criterioso com esse componente.

Chamo-o de ‘cérebro’ de um sistema corretamente ajustado. Pois tudo passa por ele, e ele o entrega na sua saída para os amplificadores.

Sua responsabilidade é enorme, pois manter a fidelidade do que entra sem alterar na saída, é um grande desafio. E é por isso que grandes prés que conseguem esse desafio, devem ser valorizados.

O Vitus SL-103 Signature é dessa estirpe!

Pois ele consegue receber o sinal e mantê-lo o mais fiel à fonte que o gerou.

Então, se você é daqueles audiófilos que buscam dar uma ‘azeitada’ no sinal antes de entregar ao seu power, fique longe deste pré da Vitus, rs! Pois ele não faz concessões a gravações ruins ou fontes com uma assinatura sônica ultra transparente. Os excelentes prés não se sujeitam a esse papel!

Agora, se você leva ao extremo o conceito ‘alta fidelidade’, o SL-103 Signature pode muito bem mostrar-lhe o nível atual que o genuíno hi-end alcançou!

Se for esse seu sonho final, ele certamente é uma das melhores opções atuais.

Ouça-o, e veja se ele cabe no seu sistema e no seu orçamento.

Se der tudo certo, acho que sua busca por esse componente específico, finalmente acabou!


PONTOS POSITIVOS

Um pré de linha hi-end superlativo.

PONTOS NEGATIVOS

O sistema precisa ser rigorosamente do seu nível.


ESPECIFICAÇÕES

Entradas3 XLR, 2 RCA
Sensibilidade de entrada2 / 4 / 8 VRMS
Impedância de entrada10kΩ
Saídas2 XLR, 2 RCA
Impedância de saída80Ω
Resposta de frequência+800kHz
Relação sinal / ruído110dB @ 1kHz
Distorção harmônica total<0.01% @ 1kHz
Consumo45W em operação (<1W standby)
Controle de volumeRede de resistores controlada por relês
Ganho-90dB a +18dB (em passos de 0.5dB)
Dimensões (L x A x P)435 x 135 x 428 mm
Peso25kg
PRÉ AMPLIFICADOR VITUS SL-103 SIGNATURE
Equilíbrio Tonal 14,0
Soundstage 13,0
Textura 12,0
Transientes 14,0
Dinâmica 14,0
Corpo Harmônico 14,0
Organicidade 13,0
Musicalidade 13,0
Total 107,0
VOCAL                    
ROCK, POP                    
JAZZ, BLUES                    
MÚSICA DE CÂMARA                    
SINFÔNICA                    
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