

Fernando Andrette
fernando@avmag.com.br
Tivemos, nos quase trinta anos desta publicação, fases em que o volume e diversificação de produtos foi realmente impressionante.
Principalmente na primeira década do século XXI.
Porém, com a crise de 2008 e todas as situações que surgiram posteriormente, o mercado hi-end no Brasil demorou a se reerguer, e entre 2015 e 2022 foram anos muito difíceis, com o fechamento de diversas revendas e uma diminuição drástica de distribuidores.
O que estamos presenciando pós pandemia, é o ressurgimento de um novo mercado mais seletivo, com distribuidores que sobreviveram às crises, muito mais preparados e criteriosos na escolha de marcas a serem representadas, e o crescimento dos fabricantes nacionais de eletrônica, de caixa acústicas e de cabos, ocupando cada vez mais as lacunas existentes no mercado.
Para escrever o editorial deste mês, fui pesquisar em que período da revista tivemos uma ‘safra’ tão impressionante de produtos, e o que me chamou mais a atenção, foi o fato de que neste momento temos excelentes produtos vindos de inúmeros mercados, ao contrário de outros anos muito fecundos, em que a esmagadora maioria dos produtos testados se resumia a fabricantes dos Estados Unidos da América, Japão e Europa ocidental.
O mercado hi-end de hoje é fabricado em todos os continentes, e isso está possibilitando que cada vez mais amantes do áudio possam conhecer e compreender a diferença de ouvir seus discos em sistemas de alta fidelidade.
Sem falar que a concorrência é essencial para democratizar e possibilitar que mais consumidores possam participar deste nicho de mercado – desmistificando que o áudio hi-end é muito elitista!
Este mês, testamos quatro produtos muito distintos, e de localidades que confirmam o quanto o antigo leste europeu pode contribuir para este novo momento, com uma cápsula vinda da Lituânia e um clamp e um tapete fabricados na Hungria, além de um surpreendente CD-Player italiano e um amplificador que é um ‘ponto fora da curva’ de um renomado fabricante japonês!
É extremamente gratificante poder compartilhar quatro produtos distintos que, no entanto, têm algo em comum: são resultados ‘autorais’ de projetistas que ousam pensar ‘diferente’ e acreditam que exista público para suas criações.
Para mim, essa é a essência que move o áudio hi-end referencial, pois consegue ter ‘identidade’ e ao mesmo tempo nos impactar com seu grau de performance.
Espero que você aprecie e se sinta interessado em conhecer todos eles pessoalmente, pois acredite, valerá a pena!