

Fernando Andrette
fernando@avmag.com.br
Depois do teste das Alumine Five SX (clique aqui), meus pensamentos em relação a este fabricante se voltaram para a parte de baixo do seu espectro de opções.
Pois queria saber se todas as virtudes sonoras da Five SX, se manteriam em modelos menores.
E torci para o Fábio Storelli nos possibilitar ouvir ou a bookshelf Two, ou a Two.Five, pois por tudo que já havia lido a respeito de sua linha de entrada, a Three provavelmente teria um ‘DNA sonoro’ bem mais próximo da Five, por ser também uma caixa de três vias, como o modelo maior.
E meu desejo foi atendido, ao receber para teste no início de junho as Two.Five.
O próprio fabricante, em seu site, deixa claro que a Two.Five é a evolução da book Two, para atender aqueles que possuem um espaço maior.
Os conceitos de design e de gabinete são os mesmos da book, com um falante a mais, consequentemente um volume de gabinete maior, mas mantendo um crossover hiper minimalista – para manter todas as qualidades mais apreciadas da book-Two.
Como todas as caixas deste fabricante, elas usam um gabinete ultra rígido de alumínio, com dois woofers de 6.5 polegadas, e um tweeter de domo de tecido de 1 polegada. É uma caixa bass-reflex, com seu duto frontal. Sua sensibilidade é de 93 dB, e pode trabalhar com amplificadores a partir de 10 Watts, suportando picos de até 250 Watts.
Sua resposta de frequência é de 35 Hz a 30 kHz, a impedância nominal é de 8 ohms. Sua altura é de 94.5 cm, largura de
23 cm e profundidade de 27.5 cm, e seu peso é de 45 kg.
Utiliza terminais de caixa WBT, não aceitando nem biamplificação nem bicablagem.
As opções de acabamento são: preto total, marfim, ou mocca com a frente e a traseira pretas.
Para o teste tivemos a disposição um arsenal e tanto de amplificadores: integrado Norma IPA-140 (clique aqui), Air Tight ATM-1E (clique aqui), Dan D’Agostino Pendulum (edição Melhores do Ano em janeiro de 2026), T+A PA 3100 HV (edição de outubro de 2025), integrado Moonriver 404 Reference (edição de novembro 2025), integrado Alluxity Int One MkII (edição de dezembro 2025), powers monobloco M-3 da Soulnote (Teste 1 nesta edição) e Nagras modelo HD.
De cabeça, não me lembro de nenhuma outra caixa testada que teve um leque de opções de amplificadores tão vasto assim.
Cabos de caixa, também utilizamos quatro: nossa referência Dynamique Audio Apex, o Kubala Sosna Realization (edição de dezembro 2025), Zavfino Silver Dart (edição de novembro 2025) e o cabo Speaker Argentum da Virtual Reality (Teste 4 nesta edição).
A fonte digital foi a nossa de referência: TUBE DAC, Transporte e Streamer, todos da Nagra). A fonte analógica: toca-disco Zavfino ZV11X com braço original de 12 polegadas, e o pré de phono Soulnote E-2.
As caixas vieram com quase 80 horas de queima, o que nos ajudou muito na agilização do teste.
Como sempre faço, tocamos nossos discos produzidos pela Cavi Records, no nosso sistema de referência, e a colocamos por mais 100 horas de queima, antes de iniciar a longa maratona de avaliação auditiva.
Se tinha receio que, pelo tamanho de minha sala, elas pudessem ter dificuldade para mostrar suas qualidades em termos de resposta de graves e de macrodinâmica, essa dúvida se dissipou assim que ouvi o CD do Copland – The Music Of America da Telarc (Playlist da edição de agosto 2025).
Seu desempenho foi tão excelente, que já solicitei ao Storelli, caso tenha um par à disposição em abril, para apresentarmos em nossa sala no Workshop Hi-End Show (isso se as tensas questões geopolíticas se acalmarem, obviamente).
Com mais 100 horas de amaciamento, a caixa ganhou mais respiro nas altas, e seu belo grave aprimorou a ‘fundação’ das notas fundamentais, dando um deslocamento de energia impressionante para o seu tamanho.
Ainda que seja impossível ter a impetuosidade na resposta dos graves do modelo maior Five SX, a Two.Five surpreende tanto pela sua autoridade como pela folga em passagens difíceis em termos de graves.
Ela desce mesmo aos 35 Hz, e sem coloração (como tinha nas antigas caixas vintage com seus woofers de 15 polegadas), e sem perder velocidade e definição.
A região médio-grave se beneficiou muito da queima de 180 horas, pois ganhou corpo e encaixou melhor com os graves, permitindo ter maior deslocamento de ar e presença na reprodução de naipes de contrabaixos e cellos.
Sua região média é muito clara, sem, no entanto, exceder em luz ou transparência. Com isso, os timbres possuem uma naturalidade e vivacidade desconcertantes, possibilitando um acompanhamento pleno de todo tipo de informação (da solística à complexa com múltiplos instrumentos).
E os agudos se apresentam com uma linda extensão, velocidade, corpo (principalmente na apresentação de pratos de condução) e um decaimento que nos permite ouvir em detalhes as salas de gravação (até mesmo quando há excesso de reverberação digital e não da própria sala de concerto).
Se você clama por uma caixa que lhe proporcione, no equilíbrio tonal, o maior prazer auditivo possível, você tem na Alumine Two.Five um grande exemplo de como o equilíbrio tonal é essencial para se evitar fadiga auditiva.
O amaciamento completo também é fundamental para se extrair, desta pequena coluna, um palco sonoro amplo, profundo e com altura correta.
Dê a elas espaço de no mínimo 2.5 m entre elas, e mais 1 metro das paredes laterais e às costas delas, e o resultado será um foco e recorte plenos. Permitindo se apreciar planos e mais planos de uma orquestra sinfônica ou de uma big band!
Na nossa sala elas ficaram a 3.5m entre as caixas 1.5m das paredes laterais e 2.9 m da parede às costas delas. E viradas para o ponto de audição em apenas 15 graus. O resultado foi magnífico.
Então leve em conta essa questão de arejamento, para elas darem o melhor em termos de soundstage.
As texturas são lindas, tanto na paleta de cores para a composição do timbre dos instrumentos, quanto em termos de intencionalidade.
São tantos detalhes… por exemplo em gravações de quartetos de cordas ou vozes
à capela, que você vai querer ouvir muitas vezes, para absorver toda aquela riqueza em termos de performance, quanto em termos de complexidade dos arranjos.
A Alumine Five SX já havia me surpreendido em termos de velocidade e precisão de tempo e marcação de ritmo.
Então, ao avaliar o quesito transientes, antes de passar as faixas que usamos para fechar a nota deste quesito em nossa Metodologia, fui ouvir as gravações mais ‘encardidas’, como os solos de tablas do disco Shakti – A Handful of Beauty, pois se tiver um resquício de falta de velocidade, isso é dedurado imediatamente.
A Alumine Two.Five é simplesmente exemplar, pois além de ter tudo dentro do tempo, ela possui um senso de autoridade que se impõe e convence!
Eu praticamente já contei, bem no começo do teste, ao descrever que na reprodução do CD do Copland, meus receios sobre sua resposta de graves caíram por terra.
E ali, tive também a certeza de que a macrodinâmica desta pequena coluna é um problema para inúmeros concorrentes, tanto maiores em tamanho, como talvez em preço.
São umas colunas verdadeiramente ousadas, que não se intimidam em passagens com fortíssimos extensos (como os tiros de canhão da Abertura 1812 de Tchaikovsky, da Telarc, por exemplo).
E, o melhor, reproduz com folga essas passagens, sem engasgo ou endurecimento do sinal.
E quanto à sua apresentação de microdinâmica, você ouvirá todo micro-detalhe sem perder a atenção ao todo – graças ao seu silêncio de fundo. Muito provavelmente seu gabinete, totalmente inerte, contribua para tão belo resultado.
O corpo harmônico não poderia ser tão exuberante como o da Alumine Five SX, mas são muito impressionantes pelo tamanho reduzido desta coluna. E seu cérebro não se incomodará, pois é muito próximo do real de um contrabaixo ao vivo, ou uma tuba ou um piano.
Essa é a maior reclamação que escuto de todos os nossos leitores que participaram dos nossos Cursos de Percepção Auditiva, que evitam ter caixas bookshelf, justamente pela limitação destas na reprodução do quesito corpo harmônico.
Ainda que, mesmo para as recentes books, isso esteja mudando, esses leitores também ficam ‘ressabiados’ com colunas slim e de dimensões menores.
Digo a vocês: a Alumine Two.Five não pertence a esta categoria. Sua reprodução de corpo harmônico satisfaz plenamente quem tem referência do tamanho real desses instrumentos que citei.
A materialização física do acontecimento musical com esta caixa só não ocorrerá se a eletrônica ou a gravação não permitir. Do contrário, se prepare para ter a visita diária dos músicos em sua sala, ali bem próximo de seus olhos!
CONCLUSÃO
O mais difícil para mim, ao acabar a avaliação desta caixa, foi escrever essa conclusão, pois inúmeras questões se mostraram vitais para passar minhas impressões a todos vocês. Então nomeei as mais essenciais.
Vamos lá!
É uma caixa de um tão alto grau de compatibilidade com diversos amplificadores, que tenho certeza de que audiófilos que ainda não sabem qual o caminho que mais desejam trilhar, terão enorme dificuldade para escolher, dentre várias assinaturas sônicas, a melhor eletrônica para extrair todo seu potencial.
Com o arsenal de amplificadores que tive à disposição, até eu em alguns momentos me senti como uma criança em uma loja de brinquedos, tamanha a possibilidade de opções e assinaturas distintas que consegui extrair dessa caixa.
Exemplo: para a sublimação de gravações que me são muito caras pelo lado emocional, o resultado em ouvir essas gravações nos conjuntos de pré e power Air Tight, ou nos monoblocos da Soulnote, foi simplesmente imbatível!
Vozes masculinas e femininas, e pequenos grupos como trios, quartetos e quintetos, tinham um grau de refinamento e beleza, que me fizeram estender essas audições por dias!
Se desejava distensionar essa relação emocional, deixando espaço para o cérebro participar de uma maneira menos emocional, o Moonriver foi essa ponte, mantendo uma distância sem, no entanto, perder o contato emocional proposto.
Agora, se o desejo fosse ter audições menos ‘intensas emocionalmente’, aí tinha não só os Nagras, como também os integrados T+A, Dan D’Agostino, Alluxity e o Norma.
Mostrando o quanto uma caixa flexível pode nos abrir o leque de opções, deixando a nosso critério a escolha da assinatura final de nosso sistema.
Outra qualidade: demonstrar sua versatilidade com amplificadores com potências e topologias tão distintas, e ainda assim manter um grau de autoridade, beleza e folga impressionantes para o seu tamanho.
Eu não imaginaria, antes de ouvir, que esta caixa tocaria tão bem com o ATM-1E de apenas 35 Watts em nossa sala de 50 metros!
E quando digo “tão bem”, estou falando de ter passado pelas 80 faixas que utilizamos no fechamento de notas de todos os testes, sem se engasgar ou ficar em situação delicada.
E, por fim, o seu maior mérito: seu grau de performance de caixas tipo Estado da Arte Superlativo.
E ainda que seja uma caixa cara para nossa realidade, é preciso que todos que tenham condições de ter uma caixa deste valor, levar em consideração que temos caixas até muito mais caras, que não possuem nem esse grau de compatibilidade e muito menos essa versatilidade de soar tão bem com um power de apenas 35 Watts ou um de 250 Watts.
Minha caixa de referência, por exemplo, não tem essa versatilidade e custa muito mais que a Alumine Two.Five.
Se você possui um sistema Estado da Arte Superlativo, ou está a caminho de fazê-lo, possui uma sala de pelo menos 25 metros quadrados e deseja uma caixa refinada e surpreendente do ponto de vista de tamanho, ouça-a e sinta o quanto as caixas acústicas evoluíram nos últimos cinco anos!
PONTOS POSITIVOS
Uma coluna que impõe respeito e redefine que tamanho não determina a performance.
PONTOS NEGATIVOS
Preço.
ESPECIFICAÇÕES
| Tipo | Caixa acústica torre passiva |
| Drivers | 2 woofers de 6.5”, 1 tweeter domo de 1” |
| Design | Bass-reflex com duto frontal |
| Gabinete | Totalmente em alumínio |
| Crossover | Componentes audiófilos de alta qualidade |
| Sensibilidade | 93dB |
| Potência máxima | 125 W RMS (250 W de pico) |
| Potência mínima recomendada | 10W |
| Resposta de frequência | 35Hz a 30kHz |
| Impedância nominal | 8 Ohms |
| Dimensões (L x A x P) | 23 x 94,5 x 27,5 cm |
| Peso | 45 kg cada |
| CAIXAS ACÚSTICAS STENHEIM ALUMINE TWO.FIVE | ||||
|---|---|---|---|---|
| Equilíbrio Tonal | 13,0 | |||
| Soundstage | 14,0 | |||
| Textura | 14,0 | |||
| Transientes | 13,0 | |||
| Dinâmica | 13,0 | |||
| Corpo Harmônico | 13,0 | |||
| Organicidade | 13,0 | |||
| Musicalidade | 14,0 | |||
| Total | 108,0 | |||
| VOCAL | ||||||||||
| ROCK, POP | ||||||||||
| JAZZ, BLUES | ||||||||||
| MÚSICA DE CÂMARA | ||||||||||
| SINFÔNICA |


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