Espaço Aberto: ANDREAS VOLLENWEIDER: ‘MÚSICA DE ELEVADOR’ OU ALGO INTERESSANTE?

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Christian Pruks
christian@avmag.com.br

Dando um tempo da atividade de ‘espinafrar’ o quanto o mundo audiófilo faz e fala de errado, resolvi voltar a falar um pouco mais sobre música, aqui no Espaço Aberto, bem no finzinho da revista.

Isso se deu, na verdade, porque os equipamentos e setups são o ‘garfo, a faca e a air fryer’, enquanto que a ‘comida’ mesmo, o alimento, é a música! E porque vira e mexe, entre vários amigos, há uma troca de indicações de discos, bandas, artistas, orquestras, obras e vídeos de YouTube.

Um amigo, especialmente, esta semana me perguntou se valia a pena conectar a TV dele ao sistema, de maneira que ele pudesse ouvir os numerosos vídeos interessantes de música ao vivo que ele acha no YouTube. E a resposta foi: simmm, claro! A saída ótica da minha TV está ligada ao DAC exatamente para isso!

E acabei passando para ele meia-dúzia de links de apresentações ao vivo, super interessantes. Portanto, logo voltarei a dar mais indicações nesse sentido, pois mesmo que os vídeos não interessem, o artista pode ser algo novo que o audiófilo/melômano não conhece, e adicionar à sua discoteca (como já me foi dito nos corredores dos nossos Workshop Hi-End Shows).

Do meio para o final da década de 80, ganhei de meu padrinho o meu primeiro CD-Player – um Discman japonês da Sony, quadrado, todo feito em alumínio, muito bem construído e que nunca deu um defeito sequer. Com ele, veio o primeiro CD que eu ouvi de Andreas Vollenweider – e o seu melhor: White Winds, de 1984, e seu primeiro a fazer sucesso fora de seu país.

O harpista suíço Vollenweider – cuja carreira musical meio ‘esotérica’ começou na década de 70 mas tomou o mundo de maneira ‘solo’ na década de 80 – ficou estigmatizado pelo movimento New Age que, para falar a verdade, acabou englobando uma série de músicos muito bons, como por exemplo o cast da gravadora Windham Hill e seu fenomenal violonista Michael Hedges que, se eu pudesse, recomendava semanalmente.

E, continuando na sinceridade: eu mesmo deixei de ouvir muita coisa que recebia o selo ‘New Age’, principalmente depois de passar meus ouvidos por vários músicos, principalmente eletrônicos, cujo trabalho meu pai classificaria como “recheio de sofá”: ninguém sabe exatamente o que é, parece ser tudo igual e inócuo…rs… Esse era bom de frases, o saudoso.

Quando ouvi White Winds em um bom sistema (no meu futuro CD-Player, com amplificação Sansui e caixas com woofer de 15 polegadas que meu avô tinha construído na década de 70), junto com meu saudoso padrinho, não fazia a menor ideia do que era, e nem de que era rotulado como New Age. Apenas que que tinha uma ambiência e atmosfera ótimas, e uma musicalidade interessante em algumas faixas.

Os vinis do Vollenweider estão até hoje nas listas de discos com boa qualidade de gravação, para os interessados somente – pois não servem para roqueiros, por exemplo, os quais pegariam no sono dentro de uma secadora de roupas ligada, antes da primeira faixa terminar.

Rotulado entre outras coisas de Alternativo Adulto (que parece algo encontrável naqueles sites que todo mundo acessa, mas diz que não), Ethnic Fusion, Eclético, Instrumental Contemporâneo e New Age – ou seja, em grande parte é worldmusic… rs!

Vollenweider toca uma harpa que ele mesmo modificou com captadores, geralmente acompanhado de cello, violino, instrumentos de sopro, vozes etéreas, efeitos sonoros, percussão e, claro, sintetizadores – porque ninguém é de ferro.

É suave, lento e um pouco etéreo, sim. Mas as melhores faixas são bem interessantes e suficientemente complexas e cheias de texturas (e bem gravadas!) para causar interesse em ouvintes um pouco mais ‘cafeinados’ do que os roqueiros citados acima.

Caso você se interesse pela música, adquirir a maioria desses discos em vinil não é tão esotérico quanto a própria música – mas a versão em digital é bastante boa também.

E é esta a minha ideia, a de indicar as faixas que valem a pena serem ouvidas – já que eu ouvi todos os discos por vocês, rs! E nem peguei no sono!

São as faixas indicadas (por disco):

OUÇA CAVERNA MAGICA (FAIXAS: CAVERNA MAGICA E SCHAJAH SARETOSH), NO TIDAL.
OUÇA WHITE WINDS (FAIXAS: THE WHITE WIND, HALL OF STAIRS, THE WOMAN AND THE STONE, E TRILOGY: AT THE WHITE MAGIC GARDENS), NO TIDAL.
OUÇA DOWN TO THE MOON (FAIXAS: DOWN TO THE MOON E STEAM FOREST), NO TIDAL.
OUÇA DANCING WITH THE LION (FAIXA: ASCENT FROM THE CIRCLE), NO TIDAL.
OUÇA BOOK OF ROSES (FAIXAS: IN DOGA GAME E JOURS D’AMOUR), NO TIDAL.
OUÇA COSMOPOLY (FAIXA: MOUNTAIN SONG), NO TIDAL.
OUÇA QUIET PLACES (FAIXAS: PYGMALION E VENUS IN THE MIRROR), NO TIDAL.

Seus trabalhos mais criativos acho que são os primeiros, de 1980 até meados da década de 90, que parecem seguir mais um ideal e uma sonoridade com maior personalidade – então me ative à esses. Ouvi, claro, os discos posteriores, os mais recentes – e acho que ele se perdeu um pouco.

Obviamente não é para todos o trabalho de Andreas Vollenweider. Então, se me odiarem por esta matéria (tipo “Ouvi isso que você indicou, e achei uma porcaria, então tomara que você tenha coceira bem no meio das costas, onde mão não alcança!”), meu contato por e-mail está sempre aberto à vocês em: christian@avmag.com.br.

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