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Fernando Andrette
fernando@avmag.com.br

Logo após o encerramento do evento, vários leitores que participaram do Workshop e assistiram todas as nossas apresentações, solicitaram através de mensagens para que eu colocasse a lista dos discos utilizados.

Como eram poucas faixas que apresentei, achei que seria mais relevante mostrar na cobertura do evento a lista que o nosso colaborador Wilson Caruso Jr levantou, do que o que tocou na nossa sala.

Aí houveram ainda mais solicitações, e então não tive escolha, rs!

Vamos lá então…

Como o Workshop era constituído de quatro sistemas com diferentes assinaturas sônicas, procurei faixas que fossem de fácil

avaliação até para aqueles visitantes pouco familiarizados com nossa Metodologia.

Foi uma longa peregrinação por uma grande lista de faixas candidatas, passando todas pelos quatro sistemas montados em nossa Sala de Testes, até chegarmos às seis faixas finais.

Escolhemos duas gravações com vozes, uma feminina e uma masculina. Duas gravações com quartetos bem distintos em termos de formação, uma de big band, e uma obra de música clássica.

Todas são gravações excelentes, tanto em termos artísticos (sempre o essencial para nossas escolhas), como em termos técnicos (para facilitar a memorização do que é importante dentro dos quesitos da Metodologia).

Então, se o amigo deseja avaliar os oito quesitos em seu sistema, acredito que essas seis faixas possam ser muito úteis.

A primeira faixa que mostrei foi do cantor Dean Martin – Blue Moon, a remasterizada da compilação The Reprise Years (Reprise Records), uma gravação feita com apenas três microfones com a límpida voz de Dean, ao centro em pé, rodeado pela banda composta de piano, baixo, guitarra e bateria. Sendo que a guitarra e o piano estão no canal direito e a bateria e contrabaixo no canal esquerdo.

Essa é uma faixa excelente para se avaliar principalmente a assinatura sônica de qualquer sistema. Pois a voz de Dean Martin tem certas características na captação que propiciam, sem muito esforço, ver se está soando mais para o quente e sedutor, mais para o neutro ou mais para o transparente.

Para muitos dos participantes, no sistema com uma assinatura sônica mais eufônica, a descrição era de uma voz mais quente e intimista.

Acho que a melhor descrição, no sistema eufônico, foi dada por uma participante que afirmou parecer que “o cantor a estava seduzindo”. Interessante como nosso cérebro interpreta as informações em sistemas corretos com assinaturas sônicas distintas.

Ouça esta faixa em seu sistema e descubra, meu amigo, como ela soa.

A segunda faixa era de uma voz feminina, do lindo disco da cantora Maria Bethânia – Que Falta Você Me Faz (Biscoito Fino, 2005), em homenagem ao poeta Vinicius de Moraes. E a faixa que mostrei foi a 14 – Eu Não Existo Sem Você.

Lindos arranjos com inúmeras faixas com um naipe de cordas que foi gravado em três estúdios distintos aqui no Brasil, e nos Estados Unidos no famoso Capitol Studios, e Mixado em Los Angeles no Castle Oaks Studio.

Aqui, seu sistema precisará estar muito correto para desfrutar de um enorme palco sonoro, e um naipe de cordas com um corpo harmônico grandioso e convincente para seu cérebro acreditar no que está ouvindo.

A voz de Maria Bethânia foi captada com enorme competência, materializando-a em nossa Sala de Testes bem no meio do palco, rodeada pelas violas e violinos do lado esquerdo e cellos e contrabaixos do lado direito.

Uma gravação que também facilitará perceber, sem esforço, a assinatura sônica do sistema – se todos os 8 quesitos estiverem alinhados e corretos.

Já ouvi em sistemas Estado da Arte essa gravação, e fico encantado como é fácil observar a assinatura sônica do sistema, apenas com uma faixa!

O terceiro disco foi o do querido amigo Sérgio Reze – Um Olhar Interior (Circus, 2025), que nos deu a honra de lançar seu trabalho em nossa sala no Workshop. Eu usei algumas faixas no evento propositalmente para divulgar seu trabalho.

Mas agora quero que, para você avaliar os oito quesitos de seu sistema e a assinatura sônica, ouça a faixa 1 – Gaúcho. Ela exigirá bastante de qualquer sistema em termos de equilíbrio tonal, transientes, corpo harmônico e textura.

Divirta-se! E desejo muito boa sorte nessa avaliação!

O outro quarteto que utilizei foi o Blue Chamber Quartet, Chick Corea’s Children’s Songs (Stockfisch Records, 2009), formado por piano, harpa, vibrafone e contrabaixo (e algumas faixas um percussionista convidado). O disco é uma homenagem ao pianista Chick Corea.

A faixa que apresentei foi a 9 – Chidren’s Songs No. 9. Uma peça curta de apenas dois minutos, que vai mostrar claramente a qualidade de resposta de transientes do sistema, corpo harmônico, equilíbrio tonal, foco, recorte e texturas.

Uma dica: muito cuidado com a reprodução do vibrafone nesta faixa. Ele não tem dureza e tão pouco som de vidro, OK? Pois em inúmeros sistemas caros, o vibrafone soa passando exageradamente do ponto!

Se isso ocorrer no seu sistema, não culpe a gravação, pois ela não tem problema algum de equilíbrio tonal.

O quinto disco foi o que causou as maiores comoções nas apresentações e sorrisos escancarados de puro prazer e deleite sonoro. É outra gravação difícil e inaudível em sistemas com qualquer desvio de equilíbrio tonal na região média-alta e nos agudos.

Jazz at the Lincoln Center Orchestra With Wynton Marsalis, do disco Live in Cuba (Blue Engine Records, 2015), a faixa 2 do disco 1 – Baa Baa Black Sheep, tem um arranjo primoroso e uma execução virtuosística de todos os solistas.

Meu amigo, essa gravação não faz reféns! Ou seu sistema está a sua altura, ou esquece, pois se tornará inaudível.
Começando pelo equilíbrio tonal, que não pode desandar em nenhuma frequência, pois o problema será escancarado.

A big band estará materializada à sua frente, se o sistema tiver arejamento e uma sala digna de receber uma big band. Cada músico ocupando seu espaço, com um foco e recorte primoroso! Os planos foram tão bem captados e mixados, que você literalmente verá o que está ouvindo!

Não acredita?

Pergunte a quem ouviu em qualquer um dos quatro sistemas, como essa faixa soou no Workshop.

Se nada disso ocorrer em seu sistema, coloque a barba de molho, meu amigo, pois somente sistemas hi-end genuínos são capazes de apresentar essa faixa com competência.

Não se iluda se não for satisfatório jogar a culpa na gravação, pois tenho mais de uma centena de leitores que ouviram como essa faixa é soberba.

E a última faixa também causou comoção coletiva, pela grandiosidade do seu palco, foco, recorte, planos, micro e macro-dinâmica e corpo harmônico dos instrumentos de percussão e naipe de metais.

Estou falando do famosíssimo Copland: The Music of America (Telarc Records, 1997), faixa 1- Fanfare for the Common Man, uma obra prima em termos de captação, gravação, mixagem e masterização da gravadora Telarc.

Este é um disco obrigatório para qualquer audiófilo saber se chegou lá ou não em sua longa jornada em busca do sistema final. Aqui, ainda mais que no disco do Wynton Marsalis, ou você triunfa, ou morre na praia!

Topa o desafio?

Espero que tenha cumprido com a promessa que fiz a todos que solicitaram essa lista, e que receba feedback, principalmente de todos que nos honraram com sua visita ao Workshop do ano passado e deste ano.

Aos que pretendem estar no próximo ano, já estamos fazendo os preparativos iniciais de 2026. O tema será Sinergia!

Acho que será esclarecedor, principalmente para os que não acreditam em: elo fraco, cabos e na nossa Metodologia.

Se cuidem, por favor, pois espero todos vocês na última semana de abril de 2026.

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