AUDIOFONE – Editorial: EQUALIZAÇÃO NÃO ÉUMA PÍLULA DOURADA

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Fernando Andrette
fernando@avmag.com.br

Depois das consultas do que comprar com o seu orçamento o que mais recebo de dúvidas dos leitores da Audiofone, é se equalizar os fones resolverá suas limitações.

Quando uma mesma questão se torna recorrente, é hora de acender um alerta, pois aquela informação deve estar ganhando cada vez mais espaço nas mídias.

E de fato esse é um tema que predomina nos fóruns de fones de ouvido, com defensores empolgados de que não existe fone que não soe bem, desde que devidamente equalizado.

Antes de responder a esta falácia (mais uma para a extensa lista existente no áudio), gostaria de compartilhar com todos vocês minha experiência em estúdios de gravação em que inúmeros ‘engenheiros ‘e ‘produtores’ fazem uso de equalização já na hora de captar o instrumento ou a voz, querendo com isso dar o ‘seu toque pessoal’ ao processo.

Isso é mais frequente claro com músicos iniciantes, que se sujeitam a fazer tudo que alguém com mais ‘experiência ‘julgue ser o correto. E o que digo a vocês é que não se corrige uma captação que foi feita errada com nenhum plug-in posterior. Seja de equalização, compressão, mixagem ou masterização!

Começou errado e a cada nova etapa o erro será mais evidente. O áudio é uma cadeia que pode ser modificada de inúmeras maneiras até chegar aos nossos ouvidos.

E ainda que o fone não passe por uma das etapas mais críticas que é a acústica da sala do ouvinte, sua construção, topologia, qualidade dos componentes e a intenção do projetista, determinará o resultado final.

Portanto, achar que uma equalização irá sanar problemas inerentes ao produto final é o mesmo que achar que um litro de água potável em que caiu uma gota de lama, possa voltar a ficar cristalina, se colocando mais água limpa no recipiente.

Depois de sujo meu amigo, o máximo que ocorrerá será a lama ficar mais diluída e não com um passe de mágica, tornar-se pura e cristalina novamente.

Então quando você ler nos fóruns alguém te dizendo que consegue corrigir limitações de equilíbrio tonal em um fone de entrada, com equalização, desconfie do conhecimento de quem afirma essa besteira.

Pois assim como tem quem defende que todo amplificador toca igual (quando bem construído), de uns tempos para cá, os ‘gênios’ do segmento de fones, também tem defendido que qualquer fone de entrada bem equalizado, irá soar tão bem, quanto um fone mais caro.

O que os defensores dessa falácia não dizem é que a partir do momento que você faça uso desta ‘muleta sonora’, a cada mudança de estilo musical e de gravações de décadas distintas, você terá que equalizar tudo novamente.

Pois imagine que seu fone necessita de mais 3 dB na região grave, para você ter uma resposta mais contundente na faixa de 30 a 120 hz, para ouvir hip hop, pois se não fizer esse ajuste, tudo fica sem graça.

E você não escuta apenas hip hop, gosta também de outros gêneros, quanto você acha que precisará usar de equalização, nesses outros estilos para ter peso e ficar agradável aos seus ouvidos?

E quando você acentua os graves, para conseguir uma reprodução mais prazerosa, o que ocorre na região média? Ela soará como?

Percebe o quanto equalizar alterará o equilíbrio tonal do seu fone?

E aí gostaria de colocar água neste chopp e perguntar aos defensores da equalização como solução para todo fone – não é muito mais inteligente comprar um fone com o melhor equilíbrio tonal dentro do seu orçamento?

E por favor aos defensores de equalização, não me venham com o argumento que os fones com correto equilíbrio tonal custam uma fortuna.

Pois aqui neste caderno, apresentamos dezenas de opções de fones de diferentes topologias e preços que não precisam ser equalizados para soarem corretamente com inúmeros estilos musicais.

E todos os meses falamos e enfatizamos as principais características para o nosso leitor escolher com segurança um fone com correto equilíbrio tonal dentro de seu orçamento.

E com um importante alerta – fones com equilíbrio tonal correto – permitem ouvir nossa música em volumes seguros de maneira prazerosa e com menor índice de fadiga auditiva!

Esqueça as pílulas douradas amigo leitor, pois elas têm mais efeitos colaterais do que imaginamos!

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